Colômbia: direitos humanos na estaca zero
por Paula Erba
PARTE I: ANTES DE ALVARO URIBE (ACRESCENTADO PELO BLOG)
A situação dos direito humanos na Colômbia é uma das piores da América Latina.
Execuções sem julgamentos, seqüestros, violência contra muIheres e crianças chegaram nos últimos anos a uma difusão epidêmica. O país tem uma taxa de homicídios entre as mais altas da América: 100 pessoas foram mortas diariamente nos úItimos anos, 96% dos delitos permanecem impunes (conformes dados do próprio governo). Entre estes homicídios, muitos têm conotação políticas: nos úItimos dez anos, foram 30 mil assassinatos políticos. Não é por acaso que a Colômbia detém o triste recorde de assassinato de sindicalistas, jornalistas e educadores. Tudo isso justifica a definição que afirma que Colômbia é "a mais perigosa democracia do mundo". Isso não é por causa do povo, geralmente vitima desta violência, mas porque o crime é incentivado ou, pelo menos, tolerado pelas altas esferas do poder.
Conforme denúncia das ONGs que protegem os direitos humanos, os maiores responsáveis por esses desplazamientos forçados dos campesinos são os paramilitares da Autodefesa Unida da Colômbia - AUC.
Os assassinatos e os seqüestros são divididos entre a guerrilha (Força Armada Revolucionária e Exército de Liberação Nacional) e os paramilitares. Conforme dados do governo, em 2001, foram assassinados 1.060 civis pela guerrilha e 1.028 pelos paramilitares.
Uma trágica igualdade.
Nessa situação incandescente, em 2000, inseriu-se o Plan Colombia, plano de luta contra a droga, proposto e financiado pelos Estados Unidos, pela União Européia e pela própria Colômbia. O plano foi acusado de aumentar a militarização da Colômbia, mais do que combater o narcotráfico.
O FUTURO DO PAÍS
Qual o futuro da Colômbia?
"O problema - retoma Gregório Dyonis - não é somente a ruptura do diálogo em busca da paz, mas o fato de que, durante as tentativas de um acordo, foi definido que o conflito colombiano não é uma guerra, mas um problema interno e não internacional. As conseqüências podem ser graves: num conflito interno não existem "inimigos beligerantes", que podem ser convidados a tratar e depor as armas, mas grupos armados, bandidos, terroristas que devem ser exterminados. Isto seria mais um começo para um desfecho paramilitar: a guerrilha é comparada
a um bando armado e o exército continua a sua convivência com os paramilitares. O caminho para a reconciliação começou mal. Se não se reconhecem "beligerantes", muito menos se reconhece à população civil o direito aos ressarcimentos das perdas e povo continuará a pagar o peso maior. De fato, 10% dos civis mortos nos úItimos três anos foram vítimas de confrontos armados".
A questão crucial, porém, não é a guerrilha, mas a impunidade dos crimes. Sempre conforme Gregório Dyonis, o "verdadeiro problema é a impunidade, a corrupção tremenda de uma classe política que permite que a Colômbia tenha uma divida externa de 40 bilhões de dólares, uma economia que se financia com o narcotráfico, além de ser a maior produtora de coca e de heroína (100 toneladas/ano). É mais que evidente que essa toneladas de heroína pertencem à produção controlada pelos paramilitares. Todos sabem disso, até os Estados Unidos, mas procura-se polarizar a atenção mais sobre a guerra civil. O plan Colombia, além de não resolver o problema do narcotráfico, faz parte dessa propaganda de "imagem" para desviar a atenção dos elementos fundamentais da falência da sociedade colombiana".
fonte: http://www.pime.org.br/mundoemissao/direitoshcolombia.htm
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